Cientistas russos descobrem maneira de acelerar cerca de 1,5 vez trabalho das redes neurais
Cientistas da empresa russa Smart Engines encontraram uma maneira de acelerar o trabalho das redes neurais, em 40% por meio de um modelo de trabalho que substitui o existente de 8 bits por 4,6 bits.
“As redes neurais profundas estão cada vez mais complexas, contendo centenas de milhões ou mais de coeficientes, o que requer mais poder computacional. Isso limita o uso de processadores centrais em sistemas de inteligência artificial [IA]”, explicou o diretor da empresa, Vladimir Arlazarov, à Sputnik. “A descoberta reduzirá os custos dos equipamentos e expandirá o conjunto de tarefas executadas pela IA.”
“A IA rápida e altamente eficiente é necessária em todos os lugares e para todos atualmente. Cada pessoa quer um ChatGPT em seu celular. E os modelos de 4,6 bits são um passo importante nesse caminho. Permitem reduzir o custo do equipamento para soluções já existentes e resolver uma classe completamente nova de problemas de visão computacional em equipamentos atuais, onde anteriormente não havia recursos computacionais suficientes”, detalhou Arlazarov.
Hoje é possível trabalhar com redes neurais em placas de vídeo especializadas, mas nem todos os computadores estão equipados com elas. Todo dispositivo de usuário – seja um computador ou um smartphone – possui um processador central, sendo o uso de redes neurais de 8 bits um padrão global.
A empresa já utiliza redes neurais de 4,6 bits em seus desenvolvimentos, principalmente para resolver problemas aplicados de visão computacional para busca e reconhecimento de objetos. Além disso, o desenvolvimento pode ampliar a classe de tarefas executadas pelos computadores de bordo de veículos não tripulados.
O cientista explicou que como resultado das sanções de alguns países do Ocidente à Rússia, os aplicativos móveis dos principais bancos do país foram removidos das lojas. Depois, foi possível criar aplicativos web que mantiveram todas as funções usuais, incluindo pagamentos por meio de códigos QR.
“Isso foi conseguido, em grande parte, graças às redes de 4,6 bits. Embora pareça uma questão de desempenho, na verdade, é uma questão de segurança. Para fazer isso, você precisa que sua IA esteja com você, seus dados estejam com você, ou seja, no seu smartphone”, explicou ele.