Automação em aplicações de saneamento: eficiência operacional e menos custos
Fonte: Portal Potência
Autor: Renato Bedendi – Especialista de produto da Mitsubishi Electric
Postado: Eng. Elet. Vanderlei Felisberti
O Brasil, segundo o estudo “Panorama do Saneamento Básico 2021”, elaborado pela Secretaria Nacional de Saneamento, ainda enfrenta grandes desafios para levar esse serviço básico a toda a sua população. Com cerca de 362,4 mil quilômetros, a rede pública de coleta de esgoto atende por volta de 39 milhões de residências, o que corresponde a 55,0% da população total e 63,2% da população urbana. Isso significa que pouco mais da metade da população brasileira é atendida com rede coletora de esgotos.
Quando se avalia o abastecimento de água, o índice é mais alto, e o sistema atende a cerca de 175,5 milhões de pessoas, ou 84,2% da população total residente. Mas essa distribuição é extremamente desigual, por conta das diferentes condições socioeconômicas: as macrorregiões Norte e Nordeste contam com 58,9% e 74,9% de atendimento, respectivamente, enquanto nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste os índices são de 90,9%, 91,0% e 91,3%, respectivamente.
Além disso, os prestadores de serviço enfrentam um grande desafio: o alto Índice de Perdas de Faturamento – o quanto do volume de água disponibilizado não é faturado pelo prestador, em percentual – que no Brasil atinge uma média de 37,5%.
E, em um cenário econômico global instável, como será possível obedecer ao novo Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado em 2020, que tem como meta a universalização do serviço até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e coleta de esgoto? Como será possível levar mais saúde para toda a população?
Com a participação da iniciativa privada, prevista no Marco Legal, e inovadoras tecnologias, essa meta poderá ser alcançada.
Serviço requer alto investimento em infraestrutura
Com o alinhamento de toda a cadeia, incluindo empresas de engenharia, fornecedores de máquinas, equipamentos e de soluções, será possível criar um ecossistema que identifique as melhores soluções para cada área do Brasil, com geografias e demandas diferentes.
Uma política de saneamento eficiente não é feita somente com obras, é feita com inteligência, de forma a minimizar os custos com a infraestrutura, que são altos, e ao mesmo tempo otimizar a eficiência operacional.
Conectividade, automação, telemetria e eficiência energética são tecnologias que oferecem confiabilidade aos processos em todas as aplicações de saneamento, maior disponibilidade do sistema, melhor gestão da qualidade, eficiência energética e controle da distribuição, entre outros benefícios.
Além disso, com sistemas de automação que garantam visibilidade e monitoram as operações, é possível implementar melhores estratégias de manutenção dos equipamentos, prolongando sua vida útil e mais transparência aos processos.
Outro ponto essencial para o saneamento é operar com o menor custo energético possível, pois energia elétrica é atualmente a segunda maior despesa na operação. As tecnologias para aumentar a eficiência energética proporcionam no final um custo operacional menor para as empresas do segmento.
E, claro, reduzir o Índice de Perdas de Faturamento, já que o sistema automatizado avalia a performance e entrega do serviço em tempo real, e qualquer alteração pode gerar um alarme e acionar ações de manutenção ou de vistorias.
Ao reduzir o custo das operações, sistemas de automação são alternativas acessíveis para impulsionar as metas do Marco Legal de Saneamento e gerar mais eficiência energética, melhoria de eficiência operacional e confiabilidade de processos, fundamentais para acelerar a entrega do serviço em todo o Brasil.